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Plantão Psicológico uma Prática em Expansão (Luiz Lilienthal)

publicado em 09.05.2017 por anapaula

Plantão Psicológico uma Prática em Expansão 
I Congresso Brasileiro Psicologia: Ciência e Profissão – Mesa Redonda: “Plantão Psicológico: Uma perspectiva que se amplia”, realizada em 04/09/02, pela equipe de Plantão Psicológico do Instituto Gestalt de São Paulo


Luiz Lilienthal

Falar sobre Plantão Psicológico tem para mim dois cunhos distintos: um nostálgico, ligado ao passado, e outro extremamente atual, atrelado ao meu dia a dia.

O cunho nostálgico está ligado a saudosa Profa. Dra. Rachel Lea Rosenberg, a fundadora do Serviço de Aconselhamento Psicológico do IPUSP, e introdutora da prática do Plantão Psicológico nesta Instituição. Fui aluno de Rachel, e as suas aulas e supervisões com certeza foram o que de mais marcante ficou para mim de minha graduação. Pessoalmente, eram marcantes sua capacidade de atenção, autenticidade, perseverança no que acreditava, e sua ousadia.

Anos depois de me graduar voltei ao SAP para minha pós-graduação e pude (re-encontrar a Dra. Henriette T. P. Morato e os ideais de Rachel, então já precocemente falecida. O re-encontro foi também com o fascínio da proposta do Plantão Psicológico, de forma que pouco tempo depois estava muito envolvido com ele nos projetos desenvolvidos por Henriette.

Trabalhar com Plantão Psicológico exige de mim exatamente as características que mais me foram marcantes em Rachel:

a capacidade de atenção – estar junto ao cliente procurando percebê-lo ao máximo de minhas possibilidades e transformar esta percepção em intervenções eficientes

a autenticidade – capacidade de ser eu mesmo, de não precisar me esconder, na relação com o outro

perseverança – jamais deixar de acreditar que o outro é capaz de encontrar em si próprio as respostas às suas questões

ousadia – a ousadia de escancarar o óbvio e procurar efetivamente ser terapêutico e não fazer uma manutenção da patologia

Trabalhar com Plantão Psicológico é trabalhar numa perspectiva de otimização de tempo que não é sinônimo de apressar processos, mas de não perder oportunidades de intervenção.

Na dura realidade que vivemos no Brasil de hoje, esta me parece ser uma preocupação importante, visto que é possível fazer com qualidade, mais em menos tempo. A título de exemplo, cito o trabalho que é desenvolvido na Universidade São Judas Tadeu em Plantão Psicológico, supervisionado por mim, no qual num processo breve de sete sessões temos um índice em torno de 30% de casos dados como terminados, que não necessitaram de continuidade no atendimento.

Porisso, o Plantão Psicológico tem mais é que se tornar uma prática em expansão, uma tentativa de alcançar um maior número de pessoas em atendimentos psicológicos clínicos, que não necessariamente precisam ter longa duração.

É um grande prazer participar desta mesa com estes três colegas aos quais tive o privilégio de apresentar o Plantão Psicológico, e que certamente carregam dentro de si um tanto dos ideais que moveram Rachel Rosenberg a fundar o SAP em 1970 e que, espero, possam transmitir isto para muitas e muitas pessoas.

Muito obrigado.

Desde 2001 desenvolvendo o saber em Gestalt-Terapia